MUSICA DIABLO é o projeto de thrash metal do vocalista do
Sepultura Derrick Green, com o guitarrista André NM (NITROMINDS), o baixista Ricardo Brigas e o baterista Marcão (AÇÃO DIRETA, DEAD FISH), que se desligou da banda e foi substituído por Edu Nicollini (NITROMINDS).

O grupo entrará em estúdio em dezembro para começar a gravar seu álbum de estréia para um lançamento no início de 2010 através de uma gravadora ainda não determinada. 13 músicas estão previstas para serem registradas, incluindo "Live To Buy", "Twisted Hate", "Work Out" e "The Flame of Anger".
André comentou: "Todos os planos foram adiados porque estamos adicionando um segundo guitarrista e as audições estão tomando bastante tempo. Alguns caras muito legais estão sendo testados e para a banda fazer a escolha está mais difícil do que esperávamos!"
Sobre os planos futuros de turnê da banda, Derrick disse: "Eu acredito que devemos começar por fazer em grandes cidades e festivais. Sei que cada banda tem que começar em algum lugar! Não vai ser fácil, mas nada é fácil neste mundo! Eu sei que nós faremos o nosso melhor e vou fazer o mesmo com a música e a performance!"
O guitarrista André tocava hardcore no Nitrominds e o baterista Marcão no Dead Fish e no Ação Direta. Tudo ia muito bem, ambos se conheciam há tempos. As bandas tocando, gravando... Mas e todo aquele thrash metal que ambos ouviam na adolescência, os anos 80, na chamada época de ouro do estilo?
Que tal criar uma banda para dar vazão a essas idéias e influências?Foi algo assim que fez nascer o Musica Diablo, no início do ano passado, um projeto concebido por André MN e Marcão para “tirar o stress”.O projeto virou banda com a adição do baixista Ricardo Brigas e dos urros de Derrick Green, vocalista do Sepultura. Agora, o grupo trabalha na produção do primeiro álbum, ainda sem título, e se prepara para iniciar uma turnê assim que o material for lançado no mercado.
Na entrevista abaixo, os mentores da barulheira sonora do quarteto falam sobre a escolha do estilo da banda, sobre o convite a Derrick para integrar o Musica Diablo e sobre os planos para o primeiro álbum e a turnê.
De onde surgiu o nome Musica Diablo? O que ele significa para vocês?
André: Eu pensei muito sobre um nome, não tínhamos nem nome e nem vocalista. Diablo significa em algumas culturas um ‘Divisor’, como um divisor de águas e caminhos, achei isso interessante. Juntei os dois nomes, ‘musica’ com ‘diablo’, o que ficou estranho no começo, mas ninguém nunca havia pensado. Passamos a gostar do nome com o tempo.
A banda foi anunciada como um projeto para que vocês (Andre e Marcão) descansassem das atividades em suas bandas (Nitrominds, Dead Fish e Ação Direta).Como é relaxar de uma banda criando outra?
André: Sim, começou como um ‘tira stress’ e acabou virando banda mesmo, com nome, proposta e tudo mais, acho que o relax já acabou.
Marcão: Na verdade fizemos o Musica Diablo para encarar como mais uma banda e fazer umas músicas bem metal oitentista, manja... Esse lance de descansar só se for longe, tipo uma praia ou no meio do mato.
E como descansar com uma barulheira dessas, com tanta energia transbordando das canções? Não consideraram fazer Yoga e ouvir New Age?
André: É que eu amo tocar guitarra e quanto mais difícil é pra tocar as músicas, fica melhor ainda. Tocar com quem você gosta e se livrar de algumas coisas chatas do dia a dia é melhor do que Yoga.
É verdade que ao ligar para o Derrick Green rolou um pensamento do tipo “Por que não“? Se ele não aceitasse o convite, havia outro vocalista em mente para o Musica Diablo?
André: Sim, acho que quem não pergunta nunca vai saber o resultado. Eu tinha o telefone dele na minha agenda há um tempo, ele conhece o Nitrominds. Eu pensei “e por que não“? Eu gosto da voz dele e achei que daria muito certo, seria bem diferente também pelo fato da nossa música não ter nada com o Sepultura. Nós entramos em contato com o Alex, do Krisiun, mas ele estava enrolado demais para assumir outra banda.
Marcão: Queríamos mostrar o som para o Derrick, aí ele perguntou quem era o vocalista e falamos: “você!”. E ele disse: “beleza!” Foi isso mesmo. Passamos algumas músicas para ele da primeira demo, ele colocou voz em duas delas e tudo começou. Sobre haver outro vocalista, fizemos alguns ensaios com uns amigos tentando fazer alguma coisa, mas...
Vocês começaram a gravar as primeiras demos no início de 2008, ainda sem o Derrick na formação. Imaginavam um vocal agressivo como o dele para estas canções?
André: Não sabia o que esperar para te dizer a verdade. Quando ele gravou a primeira demo, no ano passado, tive uma noção do que seria e foi uma grande surpresa, porque eu achei que ficou muito bom o resultado.
Marcão: Já tínhamos em mente um tipo de vocal bem agressivo para a banda, mas o Derrick chegou fácil no que a gente queria.
O release diz que todos na banda cresceram na época de ouro do thrash metal - a década de 80 - e que isso é um dos motivos de escolherem o estilo como base da música para a banda. O que é thrash metal atualmente?
André: É verdade, crescemos ouvindo Thrash Metal e como tocamos HC nas outras bandas foi uma volta ao passado. Bem, as coisas são bem diferentes do que eram antigamente, mas o metal nunca morreu e nunca vai morrer, quanto mais radical, melhor.
Ouvi algumas canções no MySpace. “Twisted Hate” me lembrou Nuclear Assault e Testament em seus melhores dias - uma verdadeira pancada nos ouvidos.
Qual é a mensagem que vocês querem passar com as canções do Musica Diablo?
André: Sim, Exodus eu diria também! Derrick tem uma visão de crítica social que vai ao encontro do que pensamos.
O álbum de estréia já está pronto? Tem título definido?
André: Ainda não, gravamos 16 músicas, cinco delas estão totalmente prontas e algumas a caminho.Marcão: O instrumental já está pronto. O Derrick está finalizando as letras e logo mais estaremos gravando o disco de estréia que ainda não tem título definido.
Como rolou o contato com a Crash Bang Booking & Management para empresariar a banda? Vocês já visavam o mercado internacional desde a formação do Musica Diablo?
André: Sabíamos de fato que começar no Brasil seria bem mais difícil que começar fora, por incrível que pareça. Tommy que é alemão, hoje vivendo na Dinamarca, dono da Crash Bang, morou no Brasil muito tempo quando trabalhava na EMI. Ele nos achou pelo Myspace da banda e pela divulgação que começamos a fazer, muito que timidamente, no ano passado. Ele tem visão de mercado, acreditou na banda desde o início. Tem sido ótimo ter o suporte dele.
Quais as expectativas para a turnê pela Europa em novembro?
André: São as melhores possíveis. Banda nova, todo mundo animado, novas pessoas trabalhando, novas bandas, só vai ser difícil ficar dois meses fora do Brasil, porque o Nitrominds tem tour na Europa em outubro, o Dead Fish em setembro / outubro. É uma coisa que já fiz várias vezes, mas sempre bate o cansaço depois de um tempo.
Antes disso farão shows pelo Brasil? Aliás, a banda já estreou nos palcos?
André: Nosso ‘management’ irá cuidar disso, não temos ainda um ‘booking’ no Brasil e não sabemos ainda quando será, creio que faremos algo para a imprensa e amigos antes de partir pra Europa.
Marcão: Queremos fazer pelo menos um show antes de fazer a tour européia, mas sem data ainda.
Além das canções do Musica Diablo, o repertório dos shows trará músicas do Sepultura, Nitrominds e Dead Fish?
André: Haha, pergunta que não quer calar! Ainda não pensamos sobre isso...
Marcão: Acho que não...
Será possível conciliar a agenda do Musica Diablo com as agendas das outras bandas às quais vocês pertencem? Como irão definir prioridades?
André: Isso é um problema agora, principalmente porque o Dead Fish e o Sepultura tem disco novo na praça. Porém, ano que vem estará mais tranqüilo, sendo que se todos os ‘booking’ se conversarem, sempre tem uma brecha na agenda de todos para sair em tour, como agora que o Andreas (guitarra, Sepultura) lança seu disco solo e novembro ficou disponível para irmos para a Europa.